quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Diversão em Penedo

Fomos passear em Penedo num domingo e, antes mesmo de descermos do carro no estacionamento, as meninas já começaram a pedir pra andar de "vacalo". É que nas últimas vezes que fomos lá, tentamos convencê-las a andar a cavalo num haras que tem pôneis para as crianças, mas nunca tivemos sorte de chegar antes de que tivessem encerrado os passeios e guardado os animais. O que, na verdade, não chegou a ser problema porque a coragem delas sempre falha quando vêem os cavalos e começam a chorar pra ir embora.


Desta vez foi diferente e tivemos que ouvir Lady K repetir ininterruptamente, como um mantra: "Eu quero vacalo, Mamãe. Eu vou no vacalo. Você vai no vacalo, G? Eu vou no vacalo." Lady G, mais realista, retrucava: "Eu vai vê vacalo, K, mas vai papá primeiro." Então, concordando com as prioridades de Lady G, apesar dos apelos da irmã, fomos em busca de um restaurante com mesa disponível para quatro... Num domingo...De sol... Em Penedo... Na alta temporada... Ao som de "Quero vacalo!"... Missão quase impossível.


Por fim, decidimos tentar a sorte e almoçamos num restaurante mexicano e nos aventuramos na culinária de "los hermanos". Enquanto me decidia se tinha mesmo gostado de guacamole, num momento de distração perigoso, as Princesas escaparam de nossas vistas pra brincar na entrada do restaurante. Como o Papai disse que estavam brincando bonitinhas, eu nem pensei em olhar o que estavam fazendo (nota mental: da próxima vez é melhor não confiar no conceito de "bonitinho" do Papai). Só percebi o estrago na hora de irmos embora, quando tive que arrastá-las ao banheiro feminino pra dar um verdadeiro "banho de gato" nas duas, que tinham passado bons minutos sentadas no chão de terra e brincando com aquelas pedrinhas redondinhas do jardim (e a terra, claro).

Corremos para o carro, ainda sob o "mantra" de K, e fomos em direção ao haras. Chegamos cedo e todos os cavalos estavam juntos e sendo tratados para voltar para os estábulos, então a visão que as meninas tiveram foi quase chocante. Vamos combinar que para menininhas de menos de três anos, por mais decididas que possam parecer, encarar mais de vinte cavalos, alinhados e atrelados deve ser assustador, né? Claro que mudaram de idéia antes de descer do carro. Lady G, que já não estava tão empolgada quanto a irmã, avisou logo: "Eu não qué vacalo. A K qué."

Eles têm dois pôneis e um estava acabando de ser montado por uma garotinha linda, do tamanho delas, que ia numa boa como uma profissional, puxada por um senhor que devia ser o avô. Fazia até pose para fotos. As Princesas, nem um pouco convencidas pela cena, escalavam nosso colo numa tentativa de evitar nossos passos ao nos aproximarmos dos bichos. A coragem de Lady K, presente o dia todo, vacilava perigosamente levando seu humor junto. Não quiseram nem passar as mãos no cavalinho que aguardava quietinho, indiferente ao medo que causava.

Eu, que estava com Lady G no colo, apontei para a charrete parada mais à frente e tentei persuadí-la: "Filha, eles são bonzinhos. Lembra que levaram a gente pra passear na charrete outro dia? Não tem perigo." A menina, esperta de dar medo, resolveu o problema à sua maneira: "Eu quero chaete, Mamãe. Chaete! Eu vai na chaete. Você qué chaete, K?" Que responde, previsivelmente: "Eu quero."  Vamos pra charrete, então. Subo com as duas, enquanto o Papai vai descobrir se podemos passear na charrete àquela hora, e elas ficam admirando os cavalos pela abertura de trás, se sentindo tão seguras que voltam a gritar e chamar os cavalos.

Tudo resolvido, certo? Errado. Tem outro passeio de charrete agendado pra sair e teremos que aguardar. Olho bem no fundo dos olhos do Papai, que confirma com um gesto de cabeça ter pensado exatamente o mesmo que eu (como isso aqui é um blog família, não vou escrever o que pensei na hora, mas vocês podem imaginar). Só quem tem duas meninas de dois anos e pura impaciência pra saber o que é pedir pra esperar, seja o que for, principalmente se a escolha tiver sido feita por elas. Um horror!

Choro e reclamação, além de uma patética tentativa de explicar o complexo conceito de tempo às crianças choronas, levaram uma moça que trabalha no local a se sensibilizar conosco e vir tentar convencer as pequenas a passear de pônei até a charrete voltar. Dá pra acreditar que foi só dizer que era amiga do cavalinho e que ele era muito bonzinho (coisas que eu também disse, exaustivamente), para Lady G concordar em ir ao colo da moça pra conhecer o pônei de perto? Com bracinhos estendidos e carinha de corajosa e tudo.

Então tá, né? Vamos de novo pra perto do cavalinho, tentar convencer as Princesas a subir no pônei. Lady G no colo da moça, com medo até de encostar no bichinho, e Lady K no meu colo (não sei como acontece, mas sai uma e aparece outra, incrível!). De repente, num momento de incrível coragem, Lady G resolve montar no bichinho, de nome Chocolate, e dar um passeio ali por perto mesmo.

Toda dura sobre o pônei, sem poder virar o pescoço direito por pura aflição, ela segue linda pela estradinha com a mão da Mamãe nas costas. Depois de criar coragem pra se soltar e andar sozinha, colou um sorriso lindo no rosto e ainda encorajou a irmãzinha: "Ele é bonzinho, K. Eu sabe andar." Daí, claro que a outra também quis e tivemos que trocar no meio do caminho. Lady K ficou mais tranquila ainda montadinha e adorou o passeio, lançando sorrisinhos tímidos pra câmera da Papai.

Depois de 40 minutos assim, com escolta familiar e alternando as amazonas, o Papai teve a brilhante idéia de andarmos todos de cavalo, eu com a G e ele com a K, dando um passeio pela cidade. Confesso que, fora o vexame pra subir no bicho e o cheiro horroroso que fica na gente, até que foi bem legal. As meninas amaram a experiência e vivem pedindo pra voltar.

Super recomendo!!