sábado, 7 de maio de 2011

Prazer, Mãe das Gêmeas

Sempre quis ter filhos. Sério mesmo, sempre! E como todo mundo, sempre fui cheia de ilusões a respeito da maternidade, mas quando as meninas chegaram simplesmente caí do cavalo. Não tem nada a ver com o que a gente espera, sai tudo muito diferente do planejado (e nem sempre de maneira positiva, sejamos francos).

Até aquelas situações que você já imagina e se prepara pra enfrentar (ou acha que se prepara), na prática são muito diferentes do esperado. Por exemplo: criança acorda à noite. Isto é fato, e todo mundo tem uma "receitinha" de como lidar com a situação e faz questão de te ensinar (almas caridosas e palpiteiras!). Só que apenas na hora do vamos ver é que você descobre como vai lidar com isso, na prática mesmo.

E quando são duas crianças, o trabalho simplesmente dobra. O acordar às vezes durante a noite passa a ser dormir às vezes durante à noite (elas revezam, não acordam ao mesmo tempo; bom, quase nunca, rsrs); o dar banho passa a ser sofrer um banho (não vejo o por quê, mas molhar a mamãe parece ser mesmo muito divertido); a hora de se vestir transforma-se numa verdadeira aventura, com crianças correndo por todos os lados de bumbum de fora (e às gargalhadas); e a hora das refeições então, acho melhor nem comentar.

Mesmo assim, e independente de qualquer dificuldade do cotidiano, é incrível como elas simplesmente não saem das nossas cabeças, não é verdade? Não é mais possível, por exemplo, planejar um passeio se não for a um lugar que será divertido também para elas. Nossas escolhas passam a ter uma importância muito maior do que antigamente, quando seus efeitos só poderiam afetar a gente. Parece que o medo de errar passa a ter um espaço fixo no seu dia-a-dia e que a certeza de que vai dar tudo certo também (graças a Deus!).

E nossa relação com o resto do mundo também muda. É como se, de repente, tudo ganhasse um verniz diferente e as cores passassem a ser mais vivas e mais bonitas só porque elas estão aprendendo seus nomes. O chocolate fica mais gostoso quando escorre pelos dedinhos e boquinhas sorridentes pela primeira vez. Engraçado como até a decoração da casa fica mais alegre com todas as bonecas que moram por aqui. Até a trilha sonora da sua vida muda, passa a ter rimas leves e engraçadinhas com versos curtos e fáceis de gravar.

E o mais louco é que você não dorme direito, come mal, fica esgotada por cumprir a jornada dupla (trabalho e filhas), perde a identidade, passa a ser conhecida como a mãe das gêmeas, e ainda morre de orgulho disso. 

1 comentários:
Marta Couto Rasteirinhas disse...

Perdemos a identidade mesmo! Mas é absolutamente magnífico e apavorante, ao mesmo tempo, o prazer de ser chamado de mãe de fulano... mãe.